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Historia de Riachão do Dantas


História do município de Riachão do Dantas

Com a colonização de Sergipe em 1590, através da expedição militar liderada por Cristovão de Barros, as terras onde hoje se encontra o município de Riachão do Dantas começaram a serem exploradas. O povoamento da Capitania de Sergipe se iniciou nas bacias dos rios Real e Piauí, esse último nasce na Serra das Aguilhadas, na região de Palmares (Antiga Fazenda pertencente aos frades carmelitas que hoje faz parte do território do município de Riachão do Dantas) devido a essa estratégia colonizadora, as terras riachãoenses já possuem seus primeiros sesmeiros em 1596, que de acordo com Felisbelo Freire foram Domingos Fernandes Nobre, Antônio Gonçalves de Santana e Gaspar Menezes, todos eles receberam terras no vale do rio Piauí. Apesar da colonização do território riachãoense ter sido preconizada seis anos após a conquista e colonização do território sergipano, o povoamento inicial das terras onde se encontram hoje o município não deu origem a conglomerados urbanos. Segundo ALVES (1959): A região (...) permaneceu até o início do século XIX, como zona de propriedades de criação de gado ou de engenhos de açúcar, sem aparecimento de aglomerados humanos com formas de vida em comum. (ALVES, 1959. P. 422) Através desse fragmento, percebemos que as sesmarias, quando passavam pelo processo de doação, se tornavam fazendas para criação de gado e engenhos de açúcar. Entre as grandes fazendas podemos elencar a de Palmares, que pertencia aos frades da Ordem Carmelita , e a de Maria Samba . Entre os engenhos destacamos o do Riachão (mais tarde Salgado) e o São José da Fortaleza . O modelo colonizador implantado em Sergipe explica a ausência de centros urbanos que segundo PASSOS SUBRINHO (1987): Era uma área parcamente povoada, tendo como principais atividades econômicas a lavoura de subsistência e a pecuária extensiva, que abasteciam a próspera região dos engenhos. (PASSOS SUBRINHO, 1987. P. 17) Corroborando com Passos Subrinho, FIGUEIREDO (1977) nos diz: Por mais de um século, Sergipe significou currais de gado, meios de subsistência e campos de criação complementares para a lavoura canavieira da Bahia.

Outro fator que pode contribuir para o retardamento da povoação nas terras riachãoenses são as vias de comunicação, que naquela época havia uma grande deficiência em sua estrutura, ALVES (1959) complementa: Com escassas e poucos freqüentadas vias de comunicação, os terrenos daquela zona permaneceram isolados por mais de um século do contato com centros civilizados, não permitindo o aparecimento do comércio na sua forma de ação coletiva, que é o verdadeiro e autêntico criador e fomentador de cidades. (ALVES, 1959. p. 423)

Portanto, após anos de colonização baseado na estrutura fundiária, algumas áreas de criação de gado vão se transformar em núcleos populacionais, inclusive a Fazenda Riachão, pertencente a João Martins Fontes que é a origem da cidade de Riachão do Dantas. O início da povoação que deu origem a sede do atual município de Riachão do Dantas, foi originária do começo do século XIX. As terras pertenciam a João Martins Fontes margens do riacho Limeira. Nas terras da Fazenda Riachão, João Martins Fontes ergueu uma capela dedicada a Nossa Senhora do Amparo, porém o mesmo ainda habitava no engenho Campo da Barra, em Itabaianinha; todavia antes do ano de 1836, mudou-se para o Riachão. De acordo com REIS (1949): Ao redor da capela, foram construídas as primeiras moradas, foi aumentando o povoado com a situação e plantação de sítios e edifícios dos primeiros engenhos da circunvizinhança. (REIS, 1949. p. 6)

Para entendermos melhor sobre o surgimento de uma povoação ao redor de uma igreja católica, CRUZ (2009) nos apresenta uma das características que dá início à formação de núcleo populacional no período do Brasil Colônia, algo que vigorou também nos primeiros anos do Brasil Império com o surgimento e formação das vilas nesse período: No centro da praça da cidade, estava erguida a Igreja Católica Colonial, símbolo do fervor religioso dos portugueses. O templo inicialmente era rústico, mas depois ganhava detalhes ricos que demonstravam o poder e a opulência do Estado Colonial juntamente com a religião Católica Apostólica Romana.

A grande maioria dos núcleos de povoação no Brasil desde a Colônia até o Império surgiu ao redor de um templo católico, não poderia ser diferente na província de Sergipe e nem tão pouco na Vila do Riachão. Com o início da povoação ao redor da Capela dedicada a Virgem do Amparo, começam também a surgir os primeiros sítios e engenhos vizinhos, com isso o povoado foi aumentando e em 1848 foi criada uma cadeira de primeiras letras para as meninas, embasada na Resolução Provincial nº 221, de 22 de maio. Em 1854, foi criado o distrito de subdelegacia . Devido à morte de João Martins Fontes, os seus herdeiros doaram a Nossa Senhora do Amparo, a capela e as terras onde a mesma estava situada, porém a singela igreja deveria ser elevada a matriz. A doação das terras ocorreu na Vila do Lagarto, cuja jurisdição pertencia às terras do Riachão, foi datada em 28 de abril de 1853. Além das terras: Os herdeiros comprometiam-se, caso a renda do terreno não fosse suficiente, a doar a quantia anual de 24$000 até a dita capela passar à categoria de matriz.

Fonte: https://diariodomunicipio.org.br/municipio-historia.asp?Municipio=8831